Uma das grandes vertentes do primeiro cinema eram os filmes sobre vícios. Alguns os usavam para mostrar os limites, até onde pode uma pessoa chegar por seus vícios, de modo cômico ou moralista. Outros usavam apenas como uma desculpa para inserir cenas de sexo ou mulheres com poucas roupas. Em ambos os casos o intuito era atrair mais público ao cinema, e driblar a censura. A página Absinthe Movies (Filmes de Absinto) no Museu Virtual do Absinto, apresenta um pequena seleção de filmes cujo tema é, como se pode imaginar, o Absinto. A página foi criada para vender o DVD que contém 4 filmes do primeiro cinema, de 1899 à 1913: La Bonne Absinthe de Alice Guy (1899), Les Victimes de L’alcoolisme de Ferdinand Zecca (1902), Les Victimes de l’alcool de Gérard Bourgeois (1911), e Absinthe (1913), cujo diretor é desconhecido.
A página vale ser vista, porque além da propaganda em si, há informações sobre cada um dos filmes, imagens e cartazes. O efeito dramático que qualquer um desses possa ter tido é quase nulo hoje em dia, devido a ética dos filmes e nossa interpretação, tornando-os quase cômicos. É interessante notar a visão do absinto com um fator de crises alucinógenas, o que não pode ser descartado uma vez que seu teor alcoólico podia chegar a assombrosos 80% (90% dizem alguns) e Tujona, presente na bebida, contém tais propriedades. Hoje em dia, para se provar o verdadeiro absinto é preciso ir até a República Checa, onde ainda é produzido em altas concentrações, comparado com os “meros” 40 e tantos por cento do absinto vendido no Brasil.
Mais uma curiosidade sobre os filmes: o mais antigo deles foi produzido por Alice Guy-Blaché, a primeira diretora da história do cinema e uma teve uma grande colaboração na formação da linguagem cinematográfica. Alice dirigiu mais de 400 filmes entre 1896 e 1920, e foi a priomeira mulher a ter seu próprio estúdio, “The Solax Studio”, entre 1910 e 1914.